"Sem mais, a vida vai passando no vazio
Estou com tudo a flutuar no rio
esperando a resposta ao que chamo de amor".

sexta-feira, 9 de maio de 2008

31 - Lugarejo


Seria hipocrisia minha dizer que tudo não passou de um sonho. De um sonho bom.
Não, não foi sonho, foi bem real e ainda continua.
O que aconteceu foi um episódio. De vida, vidas, vide.
Sim, eu lembro daquela tarde de quase chuva, de cachecóis e jaquetas, de pés congelados e de muitas risadas. Cheios cada um estava.
Cada um com uma história, uma bagagem, pra levar pra uma viagem que infelizmente(ou felizmente) teve seu fim. Trágico fim. Não com mortes e enterros reais, mas com cerimônias de óbitos que não se ressuscitam.
Talvez ressurgirão em nossas mentes, talvez não mais.
Largos passos, vidas negras, velas e queimas. Sorrisos e desabafos.
Voltei àquele lugar hoje, tirei várias fotos e pensei: para a minha posteridade(se é que um dia terei...).
O frio é o mesmo, apenas o horário foi diferente.
Quando ela me disse que o local é chamado de pentagrama = cinco árvores e uma grama, eu ri sem mesmo saber do que eu estava rindo.
Quando eu subi aquela rampa meio íngrime, percebi tudo de novo. E mergulhei em meus pensamentos, sem chorar, e comecei a tirar fotos. Uma atrás da outra, sem parar, sem importar com quem estava ou estivesse vendo aquilo tudo e sem sequer querer me importar.
Aquele dia foi um dos dias sagrados. Sim, sagrados e que nunca mais voltarão.
E que, se alguma vez fizer falta(e fará), será em nossa memória o cerne mais lindo e mais certo que podemos ter: "tudo que vai sempre fica".





7 comentários:

Renata Silva disse...

Posso parecer extremamente brega, mas seu texto me lembrou a música da "A praça é nossa". Foi inevitável, juro.

"A mesma praça, o mesmo banco, as mesmas flores, o mesmo jardim...
Tudo é igual mas estou triste pq não tenho vc perto de mim..."


Não é o mesmo sentimento?

Beijos doces!

Anônimo disse...

Quem diria que aquele sonho acabaria. Podiamos jurar que seria eterno, e de certa forma tem sido, nas fotos, nas lembraça, nos sorrisos que ainda somos capazes de exibir quando olhamos pra traz. São Lembraças ainda muito vivas e espero que permaneçam assim e principalmente que um dia sejamos capazes de resgatar isso e digo mais, todos juntos, pois amigos como eramos, naum adianta procuramos ou tentarmos substituir, aquele pentagrama foi real, muito real, muito vivo. Só sei que sinto falta, muita falta!

guianafrancesa2005 disse...

Ai, Davi....só vc mesmo pra me fazer bem,,,

Mas já te digo, esta esperança que vc disse eu não tenho.Fato.

beijo,Gisele

Anônimo disse...

Oi gi!!...pqp!!!!!!!!! me deu um nó no peito, mas passou, sabe pq passou?, pq algumas coisas, as mais sinceras permaneceram, e estas eu tenho certeza que serão para sempre...
E nossa vida eh assim, como essa árvore que um dia sustentou (quase todos os dias) o peso de corpos soltos e de sorrisos fáceis, algumas folhas caem e sem vão, mas outras continuam lah.....e saiba q vc é uma dessas folhinhas, talvez a mais verde entre todas, a mais pequenina e mais forte.
Saiba q estarei sempre aqui...e vc...aí....e nósjuntas, pq sei q construí uma amizade q eh pra sempre.....dessa parte eu tenho certeza./
OBS: qdo tiver ensaio do grupo de teatro deixa scrap pra mi no orkut...
Bjos

Fran

http://franemanu.zip.net

Anônimo disse...

não tenho muito o que dizer.,., pensei em diversas frases mas nada me satisfez.,., entao, que fique a memória, o afeto e a certeza de que tudo valeu e vale demais.,., foi uma vida linda dentro de outra maior.,., mas sabe, saber que existimos, todos nós, me deixa um pouco mais em paz.,., beijos.,.,

a música que inspirou piano e silêncio diz melhor:

voz e suor (Composição: Sueli Costa/Abel Silva)

Guarda de mim
O que for o melhor
Os meus sonhos, os delírios
A voz e o suor
Pois sempre na vida
Chega o momento em que
Se desatam os nós
É a vida que afasta
Apaga ou faz brilhar
A chama no peito dos homens
Mas nunca a minha garganta
Dirá meu amor
Nunca mais
Mas nunca a minha garganta
Dirá meu amor
Nunca mais

Esqueça o que for
Pequenino e fulgaz
Aquela palavra
Ferina e mordaz
Esqueça o gesto da hora infeliz
O meu coração sempre soube
O que quis
Mas nunca a minha garganta
Dirá meu amor
Nunca mais
Mas nunca a minha garganta
Dirá meu amor
Nunca mais

Si disse...

Ai, não sei o que comentar.
Esse verde todo me deu uma paz tão grande e, por esses dias, obtê-la é tão difícil...

Boa semana, flor.

Beijos.

Flávia disse...

é, Gi... tudo que vai sempre fica. Permanece morando dentro da gente, e aparece sempre que nos vasculhamos, à procura daquilo que a lógica comum julgaria perdido, passado. Somos um inesgotável reservatório de lembranças, sentimentos, recortes. Saudades.

Emocionei-me muito com o que vc escreveu...

Beijo grande.