O estilhaço feriu-lhe os dedos e ele não podia mais tocar.
O toque é essencial para quem nunca teve tanta animação nem nunca se viu abandonado.
Tentou escrever uma carta. Não, não seria tão útil.
Parou de piscar e ficou com os olhos ardendo. Sua única companhia era a sua fiel cachorra Bood.
Tomou uma cerveja, pensou em fumar um cigarro mas achou desperdício.
Saiu pra tomar um ar. Chovia e ventava muito.
As luzes da casa apagadas e sem o menor ruído. O que tinha de barulho vinha da avenida.
Resolveu colocar um cd e deitou-se no espaço minúsculo entre a janela grande e a lareira.
Chorou. Chorou tão alto que os carros na avenida pararam pra observar.
Sorriu. Era um louco em clima de êxtase.
Abriu a porta e sentia-se leve. Voltou para a janela e se deixou levar.
.
Ao som de Djavan, encontraram seu corpo envolvido por uma forte pressão e um bilhetinho amassado dentro do bolso:"Tentei. Não consigo viver sozinho."
9 comentários:
Essas:
"Chorou. Chorou tão alto que os carros na avenida pararam pra observar".
"Ao som de Djavan, encontraram seu corpo envolvido por uma forte pressão..."
Gosto da lógica doida das suas frases.,., parabéns.,., beijo.,.
A grande fuga...
Abço
http://lenfantdeboheme.blogspot.com/
Interessante... Gosto do estilo de escrita teu, mulher...
Hei de voltar!
=*
Caramba... fiquei curioso pra ouvir qual música do Djavan ele tava ouvindo!..haah
belissimo texto!
bjaoo
Sozinho?!E ele ainda tentava?Mais um breve bravo caído em alguma calçada..
Obrigado pelo comentário lá no Shiuuuu.
Mas agora queremos algo mais ousado...
Chorou... Sorriu... Loucura.., Êxtase... Esse estado de quem se encontra como que transportado para dentro de si e fora do mundo.
Ah! Valeu pelo comentário.
Beijos e flores.
Djavan não chega a levar ao suícidio. As músicas dele são maravilhosas, sem dúvida!
gostei de passar por aqui ^^
obrigado pela visita,
Í.ta**
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